Faz tempo, eu sei. Mas só o que eu tenho pra dizer é que eu caí na real. Caí de bem alto e a real é concreto armado.
quarta-feira, novembro 27, 2002
sexta-feira, outubro 25, 2002
Eu sei que estou postando Legião, mas tem tudo a ver.
- Mais do Mesmo -
(fragmento)
Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha / Marcelo Bonfá
"(...)Ooohh... Sempre mais do mesmo
Não era isso que você queria ouvir?
Bondade sua me explicar com tanta determinação
Exatamente o que eu sinto, como eu penso e como eu sou
Eu realmente não sabia que eu pensava assim"
Né?
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quinta-feira, outubro 24, 2002
Dia 23. Minhas contas pagas, dinheiro suficiente, comida, carro, luz, família. E eu reclamo. Que direito tenho eu de reclamar? Que direito tenho eu de chorar o "amor do cursinho"? Sadoquemais? Tenho todo. Quando disseram que eu não devia deixar o cabelo crescer, deixei. Cansei, cortei. Quando eu disse que não ia enlouquecer estudando e ia passar, duvidaram. Fui, passei. Disseram que eu não ia ter coragem de me mudar. Levantei, juntei, mudei. Quando eu digo que não vou assinar nenhuma certidão de casamento, duvidam, quando digo que vou embora, duvidam. Aceite. mundo senso comum: as pessoas são diferentes. Aceite, mundo senso comum: as pessoas ultrapassam os clichês. Aceite, mundo senso comum: as pessoas sentem diferente. Aceite. mundo senso comum: eu sou assim. E tu pode dizer o que quiser, chamar minha infelicidade de pequeno-burguesa, dizer que eu sou mimado e que eu vou acabar me descobrindo errado no final. Mas, aceite, mundo senso comum: mesmo unanimidades erram. Não tente me dizer que se eu não tivesse um teclado sob os dedos e um teto sobre a cabeça não teria esses sentimentos. Qual a tua autoridade, mundo senso comum, pra dizer o que e como eu sinto? Qual o teu poder, mundo senso comum, para adivinhar meu comportamento, ainda mais em situações hipotéticas? Posso, com sua licença, ser o maior estudioso em eu no mundo? Posso, com sua permissão, dizer que em outras condições eu seria o mesmo? Já passei tempo o suficiente sozinho comigo pra saber como eu sou. Talvez eu jamais vá descobrir porque sou, mas sou. Ponto. Aceite, mundo senso comum: não sou só eu que não me encaixo nos seus pré-moldes. Aceite, mundo senso comum: esses moldes foram feitos com muita má vontade. Muitas pessoas são grandes demais, tem conteúdo demais e transbordam os moldes. Retomando: tenho todo o direito de chorar o "amor do cursinho". Porque ele é meu, porque ele me fere de uma forma que tu não vê, porque ele dói de um jeito que tu não sabe, porque só eu sei o quanto de dor eu suporto, porque só eu sei de quanto amor eu preciso, porque só eu sei quanto eu preciso de amor. Mas não adianta, tu vai manter esse ar de superior, ou gritar até que não se ouça minha voz. Mas o grito mais alto é sempre de quem não tem argumento. Às vezes tu erra: aceita, mundo senso comum.
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é impossível não se machucar. é impossível. mesmo quando tudo parece bem e pronto. parece engatilhado, quando parece que agora vai. mesmo quando eu tinha certeza: "je ne t'aime plus". o caralho! te encontro e tu tira toda terra com a qual te cobri. tira a mordidas. te pareceu muito pouco e te parece tão distante, mas pra mim parece que eu acabei de chegar em casa. pra mim parece que eu não aproveitei o bastante, certo, então, de que teria mais. não tão certo agora. a MERDA sempre vem, já dizia clarah averbuck. e a MERDA é a única coisa maiúscula ultimamente.
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sábado, outubro 19, 2002
Tu já viu, ouviu ou leu um depoimento de algum dependente químico das mais diversas substâncias que consegue se curar. Larga heroína, cocaína, maconha e álcool. Mas continua com o cigarro.
Logo o mais simples, o que não dá grandes baratos, o mais comum, o que muitas pessoas usam 24 horas por dia.
Assim larguei dependência, amor, paixão, carinho... Mas o tesão ficou ali. Firme.
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sexta-feira, outubro 18, 2002
- JE NE T'AIME PLUS -
(fragmento)
Manu Chao
"Je ne t'aime plus
mon amour
Je ne t'aime plus
tout les jours(...)
En fois j'amarais mourir
Pour ne plus rien avoir
En fois j'amarais mourir
Pour plus jamais te voir(...)"
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Não te amo. Tentei até por um tempo dizer que talvez, de repente, quem sabe, eu acho. Só pra sofrer, remoer, chorar mais. Mas não, te adiei. Tinha coisas, pessoas, assuntos, objetivos mais importantes, então não amo mais.
Porém, todavia, entretanto não dispenso um beijo.
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segunda-feira, outubro 14, 2002
_______________/\___________________/\___________
Poucos picos de emoção.
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sábado, outubro 12, 2002
Álvares de Azevedo
Idéias Íntimas
(fragmento)
"(...)Parece-me que vou perdendo o gosto,
Vou ficando blasé, passeio os dias
Pelo meu corredor, sem companheiro,
Sem ler, nem poetar. Vivo fumando.
Minha casa não tem menores névoas
Que as deste céu d'inverno. . . Solitário
Passo as noites aqui e os dias longos;
Dei-me agora ao charuto em corpo e alma;
Debalde ali de um canto um beijo implora,
Como a beleza que o Sultão despreza,
Meu cachimbo alemão abandonado!
Não passeio a cavalo e não namoro(...)"
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Adélia Prado
No meio da noite
Acordei meu bem pra lhe contar meu sonho:
sem apoio de mesa ou jarro eram
as buganvílias brancas destacadas de um escuro.
Não fosforeciam, nem cheiravam, nem eram alvas.
Eram brancas no ramo, brancas de leite grosso.
No quarto escuro, a única visível coisa, o próprio ato de ver.
Como se sente o gosto da comida eu senti o que falavam:
"A ressureição já está sendo urdida, os tubérculos
da alegria estão inchando úmidos, vão brotar sinos.
" Doía como um prazer.
Vendo que eu não mentia ele falou:
As mulheres são complicadas. Homem é tão singelo.
Eu sou singelo. Fica singela também.
Respondi que queria ser singela e na mesma hora,
singela, singela, comecei a repetir singela.
A palavra destacou-se novíssima
como as buganvílias do sonho. Me atropelou.
O que foi? - ele disse.
- As buganvílias...
Como nenhum de nós podia ir mais além,
solucei alto e fui chorando, chorando,
até ficar singela e dormir de novo.
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Não, não, não. Isso era antes. Antes eu gostava de ti orquestra. Sabe mega? Dezenas de instrumentos. Entre sinfonias de lágrimas e desespero. Apoteótico, assim. Agora não, agora gosto de ti singelamente, calmamente. Gosto de ti bossa nova. Mais "um cantinho, um violão". Só quando eu te vejo que entram umas guitarras.
Então pára de filosofar e beija.
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quinta-feira, outubro 10, 2002
- Questão de Tempo -
(não sei se a divisão de estrofes é assim e acho que é do Pedro Veríssimo)
Coração dispara
mesmo depois de tanto tempo
Segura minha mão,
eu seguro dentro o sentimento
A sua mão segura o momento
eu preso dentro dos seus dedos
O coração dispara e eu paro
sem nenhum pensamento
Isso passa
Isso passa também
Isso passa
Isso vai passar também
É questão de tempo
É questão de tempo
E foi só perder o compasso
e eu quase caí nos seus braços
Um simples movimento
e eu esbarrei em tanto que é passado
Não segura mais minha mão
não sei o quanto ainda guardo
O coração dispara e eu paro,
já não me sobra espaço
Pro que passa
Isso passa também
Isso passa
Isso vai passar também
É questão de tempo
É questão de tempo
Coração dispara
mesmo depois de tanto tempo
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- Hello...
- Oi, sou eu.
- (10 seg) O-oi.
- Nossa, por que dem...
- Espera um pouco. (10 seg) Oi.
- Que foi.
- Tremeu a perna.
- Por quê?
- Não achei que tu fosse ligar.
- Mas tu atendeu "hello"! Tu atende hello pra todo mundo?
- Não, não! Só, sei lá. Não achei que tu ia ligar.
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terça-feira, outubro 08, 2002
Não tenho como negar. Se pedissem para completar a frase: "Minha vida é..."
Resposta:
... amar. Minha vida são meus amores. Minha vida só me importa e só parece andar quando estou apaixonado. Tudo que faço é na tentativa (in ou consciente) de me tornar uma pessoa mais interessante para minha amada ideal. Se eu leio, se estudo, se dirijo, se me arrumo, se me visto, se organizo, se conheço, se falo, se me porto, se me cuido, não é para mim, é para essa ela idealizada e distante, irreal, mas presente em devaneio constante. Meu objetivo final, raramente sólido, porém sempre visível.
Não sou Gonçalves Dias, não me convidaram a amar. Quando vi já tinha isso trancando coronárias em plena segunda série. E de lá para cá pouco mudou. Continuo sofrendo por amor ou pela falta dele.
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- Retrato pra Iaiá -
Iaiá, se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade. Pois é que assim, em ti, eu me atirei e fui te encontrar pra ver que eu me enganei.
Depois de ter vivido o óbvio utópico - te beijar - e de ter brincado sobre a sinceridade e dizer quase tudo quanto fosse natural ... Eu fui praí e ver, te dizer:
Deixa ser. Como será quando a gente se encontrar ? No pé, o céu de um parque nos testemunhar. Deixa ser como será! Eu vou sem me preocupar. E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.
De perto eu não quis ver que toda a anunciação era vã. Fui saber tão longe - mesmo vc viu antes de mim - que eu te olhando via uma outra mulher. E agora o que sobrou: Um filme no close pro fim.
Num retrato-falado eu fichado exposto em diagnostico. Especialistas analisam e sentenciam: "Deixa ser como será. Tudo posto em seu lugar". Então tentar prever serviu pra eu me enganar. Deixa ser. Como será. Eu já posto em "meu lugar"? Num continente ao revés, em preto e branco, em hotéis. Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.
- Rodrigo Amarante
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É estranho que uma ferida feche e deixe, com sua cicatriz, saudade. É estranho sentir saudade daquela sangria desatada, da torrência de emoções. É até de certa forma masoquista, mas acontece. Não penso mais tanto nela e não tremi na sua frente. Sim, quis beijar, o que é inevitável. Porém, note bem, sem adrenalina. "Oi. Legal, né?" Mas já sinto falta de ter um sentimento realmente forte que me dê um certo rumo, um certo conforto até. Conforto de certeza, certeza de propósito. Mas não. Agora sou ainda mais aimless, ainda mais despropositado.
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Vocês sabiam, leitores imaginários deste blog, que Linux é alternatiãvo?
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quinta-feira, outubro 03, 2002
Persevera e triunfarás. Vários Vivas para a cara de pau!
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segunda-feira, setembro 30, 2002
Pedacinho de Gonçalves Dias, "Minha Vida Meus Amores":
"(...)Foi esta a infância minha; a juventude
Falou-me ao coração: — amemos, disse,
Porque amar é viver.
E esta era linda, como é linda a aurora
No fresco da manhã tingindo as nuvens
De rósea cor fagueira;
Aquela tinha um quê de anelos meigos
Artífice sublime;
Feiticeiro sorrir dos lábios dela
Prendeu-me o coração; — julguei-o ao menos.
Aquela outra sorria tristemente,
Como um anjo no exílio, ou como o cálix
De flor pendida e murcha e já sem brilho.
Humilde flor tão bela e tão cheirosa,
No seu deserto perfumando os ventos.
—- Eu morrera feliz, dizia eu d'alma,
Se pudesse enxertar uma esperança
Naquela alma tão pura e tão formosa,
E um alegre sorrir nos lábios dela. (...)"
E da Clarice Lispector (que podia ser de muitos outros, inclusive, e aqui, principalmente, meu):
"... já experimentei quase tudo, inclusive a paixão e seu desespero."
E dói. Eu sei que dói e que traz sofrimento e desespero. Mesmo assim, sem amar não me sinto completo. E o pior é que amando sinto o desespero de ser incompleto sem ela.
E ela não responde.
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domingo, setembro 29, 2002
A coisa que mais me emputece na VIDA é tomar cachorro.
Caralho, se não vai é tão complicado assim dizer que não?
Grrr.
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sábado, setembro 28, 2002
O apaixonado é predestinado a ser mala.
Mas, note, que ou se é ou não se é apaixonado. Não se está, no fundo tu é. E eu sou.
Mala. Malaman.
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Não... Meu telefone tá funcionando bem.
- Alô? Foi tu que NÃO me ligou agora?
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quinta-feira, setembro 26, 2002
Sempre.
Essa o Murphy sempre erra em mim.
"De onde menos se espera daí que não vem nada mesmo". Errado.
Sábado a gente tá junto. Domingo tudo bem. Sexta eu me lembro. Terça eu me pergunto. Quarta eu me agüento. Na verdade não me agüento. Quinta já estou me mordendo.
Meigo. É, muito meigo.
Vai ver que o problema é no meu telefone.
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sábado, setembro 21, 2002
Dormi pouco, mas acordei feliz. Nem tudo está perdido! Acordei com a notícia de que uma linda menina me acha meigo.
Mas, calma, aqui se põe a questão: Que isso quer dizer?
Afinal, de uns tempos pra cá, se ouve essa palavra mais do que se ouvia "Anna Júlia" há uns dois verões. Tudo é "tãããão meigo". Mas, parafraseando um amigo meu, o limiar entre o meigo e o besta é muito tênue.
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sexta-feira, setembro 20, 2002
A ser desenvolvido:
És muito techno, rave.
Sou mais Tom, wave.
Idéias são bem-vindas.
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Sempre tem alguém que sofre melhor. Vinícius de Moraes, por exemplo.
"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o presentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente."
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Queria me convencer da futilidade de conversas de três horas no telefone. Passa três horas no telefone, ri, fala coisas meigas.
Fato: significa mais três horas interligados por um fio do que meia por um pau.
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Precisava de um megafone. Pra gritar que eu te amo. Eu sei que tu não quer, ouvir, que tu já ouviu, "já não te comove mais minha carinha triste".
Mas eu sou um carinha triste.
Postado por Peretti às 3:47 AM 0 comentários