quinta-feira, março 15, 2007

Cão

Quem não conhece Romulo Fróes não sabe o que tá perdendo. O primeiro disco, "Calado", é uma coleção de sambas tristes à antiga. Fácil enxergar as influências de Cartola em "O Sol É Comum". Em "Dentro do Peito" a percussão daquele sambão de boteco acompanha uma voz dolorida e uma letra que é uma facada no coração. Em outra ele ainda pergunta: "Pra quê cantar com alegria? Cantar assim faz mal a quem é triste."

O segundo, "Cão", traz a mesma temática do primeiro, o samba triste, mas com atualizações. Apesar de quem já conhece estranhar a introdução da guitarra em "Tudo Que Pesa" ou "Sobre a Gente", depois de ouvir mais algumas vezes e ver que ele não esqueceu como se faz em "A Marcha", acaba compreendendo que esse disco é mesmo uma evolução.

"Vou pedir ajuda a algum cantor..."

quarta-feira, março 14, 2007

Não sei fazer poema, sei fazer brain

Quando eu botei Ambulance aqui uns dias atrás tava pensando que a beleza da letra era juntar duas afirmações que pra mim são quase antagônicas:

No I ain't got anything to be scared of, no
'Cos I love you

Afinal, se tem uma coisa que dá medo é amar alguém.

É assim:


............-----|amor|--->
pessoa............................pessoa
............<----|amor|----

Tu vê que tem quatro elementos, as pessoas, o amor de um pro outro e do outro pro um. E aí a gente sempre fica (ou eu sempre fico) com uma certa dúvida do amor dos outros pela gente ou da gente pelos outros. Amor é uma coisa meio frágil, pelo menos no mundo que eu vivo. Então é fácil esse sistema parar de funcionar por dar problema nessa parte. As pessoas param de se amar, param de conviver, o amor é frágil, o amor se desfaz, o sistema se desfaz. A fragilidade do amor me dá medo de amar outras pessoas.

Mas às vezes não. Em alguns desses sistemas o amor é sturdy. Ida e vinda. Não tem como duvidar dele. Ele funciona, ele segura, ele passa qualquer prova, tu pode apostar nele sempre.

E é aí que a gente fica adulto e descobre que pessoas são frágeis também.

segunda-feira, março 12, 2007

Neon Bible

Já tá fácil baixar o novo do Arcade Fire. Eu (que demorei pra ouvir o primeiro, mas logo me apaixonei) digo depois da segunda audição que fiquei meio decepcionado. Claro, me avisa o João Pedro, perdeu a surpresa, mas aquela coisa boa da música enorme, que enche o ambiente e te leva pra um transe quase religioso faz uma certa falta. Só dá as caras ali no finalzinho, em "No Cars Go" e "My Body Is a Cage".

É pra ouvir, mas sem aquela expectativa.

domingo, março 11, 2007

Ambulance
blur

I ain't got nothing to be scared of, no
No I ain't got nothing to be scared of, no
No I ain't got anything to be scared of, no
'Cos I love you

I was born out of love
It's the only way to come into this world
I know I'm not all there
But I'm getting, getting, getting there
If you let me live my life I'll stay with you to the end
And I know, lord
I'm nearly there
I want to tell you this

I ain't got nothing to be scared of, no
No I ain't got nothing to be scared of, no
No I ain't got anything to be scared of, no
'Cos I love you